O Xiquexique (Pilosocereus gounellei) é um cacto endêmico do semi-árido brasileiro. Seu caule suculento tem uma consistência macia que reserva muita água e é protegido por espinhos fortes. Em secas prolongadas, serve como fonte de alimento tanto para o homem quanto para os animais de criação. É queimado para retirar os espinhos e oferecido ao gado como complemento ou muitas vezes como única fonte de alimento. Manuseado com cuidado, retirando-se espinhos (descascando), pode-se mascar a polpa e consumir a água lá reservada. Apesar de salobra, a água que conseguimos extrair é uma saída para os efeitos desagradáveis de um sol escaldante e pouquíssima umidade – experiência própria.
Os frutos são arredondados com polpa purpúrea e pequenas sementes pretas. Frutifica entre março e outubro, variando a época de acordo com a distribuição e intensidade de chuvas. De sabor adocicado, é um dos recursos de pássaros e muitos outros animais da caatinga, inclusive o homem.
Recomendo muito cuidado ao manejar, pois os espinhos que chegam alcançar aproximadamente 10 cm são agulhões afiadíssimos que ferem ao menor contato. Costumo usar um galho ou espeto para sustentar o ramo que estou descascando até que haja condições seguras para manuseio direto. Geralmente estão sob lajedos exigindo atenção ao caminhar nessas áreas, onde são comuns indivíduos jovens escondidos e camuflados em frestas. Encontramos também rosetas de espinhos que se soltam de plantas mortas e se espalham pelo lajedo. Pisar nesses espinhos é um grande problema, pois geralmente penetram fundo e quebram dificultando a remoção.
Fonte: Blog Tocandira